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Petrobras: o que esperar do primeiro resultado sob o governo Lula



(PETR4), previsto para ser divulgado após o fechamento do mercado nesta quinta-feira (11), deve revelar como a estatal tem reagido diante das cotações mais fracas do petróleo no mercado internacional ao mesmo tempo em que sofre pressão e orientação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para mudar a política de paridade internacional e para suspender os planos de vendas de ativos, como refinarias.

A divulgação do balanço marca o primeiro período fiscal sob gestão do novo presidente da Petrobras, o ex-senador Jean-Paul Prates, indicado por Lula em seu terceiro mandato.

De acordo com analistas ouvidos pela Bloomberg, a estatal deve reportar uma queda do lucro líquido no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, impactada por preços menores de petróleo e pelo começo da taxa de exportação sobre óleo cru, segundo estimativas de bancos de investimentos e corretoras.

O resultado líquido da petroleira deve alcançar entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões de janeiro a março, de acordo com sete casas consultadas pela Bloomberg, ante R$ 44,7 bilhões no mesmo intervalo de 2022. O consenso prevê lucro líquido de R$ 30,6 bilhões para a companhia.


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Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) pode atingir entre R$ 65 bilhões e R$ 80 bilhões no período, segundo as casas consultadas pela Bloomberg, ante R$ 82 bilhões um ano antes. O Ebitda ajustado, conforme o consenso Bloomberg, é de R$ 67,3 bilhões.

“Esperamos uma queda principalmente devido a menores preços médios do petróleo e retração das vendas de combustíveis no mercado interno”, afirmaram os analistas do banco Safra em relatório.

Os analistas do Bradesco BBI apontam que o Ebitda do primeiro trimestre deve ter recuado 13% devido a cortes nos preços dos combustíveis e cotação mais baixa do petróleo, além do imposto de exportação em vigor. Na última linha do balanço, o banco aponta que o resultado deve ter sido impactado positivamente por um efeito (não caixa) de valorização do real no trimestre.

Analista de research da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman apontou que no segmento de exploração e produção (E&P) houve um aumento da participação do pré-sal nos volumes produzidos do trimestre, o que é positivo para a companhia.

O analista explicou que isso se deve aos custos de extração mais baixos na camada de águas ultraprofundas. Segundo Arbetman, quando excluídos frete e participações governamentais, o pré-sal tem custo abaixo de US$ 3, valor bem abaixo do custo médio total de extração da companhia, que fica próximo de US$ 10.

“Quando o nível de participação do pré-sal na produção total é maior, normalmente as margens são mais elevadas no segmento de E&P”, afirmou o analista. A Ativa estimou que a margem Ebitda da companhia deve ter continuado perto dos 70% no segmento de E&P.

No refino, ele alertou para as vendas de gasolina e diesel mais fracas devido a questões sazonais. “Vimos a Petrobras tentando compensar isso com um fator de utilização das refinarias mais forte, acima de 85%. Achamos que no refino a margem Ebitda vai continuar próxima de 10%, mais precisamente em 12%”, apontou.

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